Total de visualizações de página

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Project cars / Aston Martin Vantage V12 GT3 / Monza / Multiplayer

Não quero falar de objetivos nem de sonhos hoje. Porque? A cirurgia não deu certo e não quero falar sobre isso. Publico hoje a preparação do meu carro para o próximo campeonato de automobilismo virtual. Comecei a pegar o jeito de acerto do carro. Faltam vários itens para ajustar mas já estou conseguindo carregar maior velocidade na reta sem perder a segurança nas curvas. Já estou virando na casa 1:45:774.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Two days into the war.

Olá amigos antigos, novos, crohnpanheiros e parentes. Faltam dois dias para a cirurgia de reversão da ileostomia e correção da discreta estenose não retirada no quadro de emergência que me encontrava no final do ano passado. Antes de tudo, quero agradecer a todos que sempre mandaram energias positivas para mim. Digo: vou esmagar a cabeça da serpente (Crohn) e tirar muitas lições disso tudo. Possuo muitas memórias guardas desse período de combate intenso para salvar minha vida e chegar à remissão. Gostaria de escrever um livro de memórias a respeito, mas ainda há muita água para passar por baixo da ponte e completar os capítulos desses articulados. Imagino que no sábado uma nova vida começa para mim. Sinto isso. Vou fazer isso. Vou superar. Quero a vida. Quero cumprir com o objetivo do Ironman. Quero inserir essa mesma imagem de contagem regressiva quando estiver próximo da prova em Florianópolis ou Cozumel. Vou liderar no sábado um exército de 300 para segurar a fúria de 1 milhão. Vou tornar possível defender meu território (minha vida) por muito mais tempo. Vou unir meu organismo até pouco tempo fragmentado em torno de um norte: a vida.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A data está marcada.

Depois de alguns dias de apreensão sobre a data de uma possível cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal o dia da guerra foi marcado: 03/10/2015. Pela primeira vez na vida tenho sentido o tempo escorrer pela minha pele. Tenho escutado o tempo com uma clareza solar. Os meus sentidos estão mais aguçados. Acredito que meu instinto pela sobrevivência entrou em alerta máximo (Defcom 4). Minha mente exige concentração total e meu organismo deseja enfrentar dias de batalha da melhor forma possível. Os exames do pré-operatório confirmam meu excelente estado de saúde, com uma ressalva: uma estenose antiga não retirada na emergência, em que pese seu grau discreto, irá forçar a abertura total, novamente, do meu abdômen. O grau de sofrimento será maior do que o esperado, mas nada comparado com a intervenção que sofri de 7 horas. Não tenho inflamação, nem tampouco qualquer abcesso ou fístula. Então, até o dia 3. 

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Alguns dias sem uma memória no blog, mas tal situação deveu-se à ansiedade. Isso porque, fiz o exame de colonoscopia e biópsia. O resultado foi apresentado pelo meu médico no dia 21/08/2015. Pois bem. Tudo normal. Melhor ainda, ele pediu alguns exames para me preparar para a cirurgia de reversão do estoma. Estou efusivo. Não vejo a hora de acordar na cama do hospital com minha barriga costurada e sem bolsa. Imagino que em 1 mês estarei operando. Portanto, inicio amanhã caminhadas mais regulares com intervalos de corrida, além de uma alimentação 100% voltada para a cirurgia. É uma preparação mesmo, como para um prova de triathlon. Quero uma recuperação rápida e por isso o preparo físico, nutricional e mental devem estar a 105%.  "O que não me mata me fortalece."

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Capítulo I: A Poltrona. (Parte I)

Pois bem. Estou aqui sem sono. Sentado na poltrona com uma leve brisa fria entrando pela janela. Há um evidente silêncio. São 4:41 da manhã. Ouço o balançar da palmeira real que após 15 anos alcançou o 4º andar do prédio onde moro. Bem ao fundo da mencionada quietude tem uma turma de moradores de rua conversando. Não sei exatamente o teor do papo, mas o dia já começou para eles. Um ônibus acaba de parar e passar. O freio a ar deflagra o tamanho do veículo. Provavelmente com um pequeno punhado de pessoas. Trabalhadores que estão terminando seu turno e voltando para casa. No momento não existe qualquer possibilidade de dormir. Agora foi um carro que passou. A velocidade é maior. Ouve-se apenas o contado do pneu com o asfalto. Mas essas noites tem sido frequentes ultimamente. Aliás, não consigo me lembrar de ter visto o amanhecer. Apenas sinto que existe o dia. Entretanto, não tenho o visto ultimamente. Acho que esse "ultimamente" faz parte de um período maior do que uma simples noite. Estranho. Estaria eu como, já dizia um professor de literatura que tive, um nefelibata? Lembro com carinho das aulas desse mestre. Aulas de arcadismo, romantismo, modernismo, o bucolismo e eu ali, prestando atenção na janela e no mundo lá fora. Pobre Noah. Nessa época não percebia que para ganhar o mundo era preciso primeiro prestar atenção no nobre professor. Tanto tempo jogado fora. Tanto conhecimento logo ali. Seria tão fácil mudar meu futuro. Certamente não estaria sentando aqui nessa poltrona. Certamente não teria os únicos três sentidos que preencheram todos os vazios da minha vida: minha esposa (Grace) e minhas crianças (Chloe e Ethan). Então, prefiro estar onde estou. Aqui na poltrona. É extremamente triste imaginar um futuro alternativo - agora no presente - sem minha família. Notadamente, faria tudo de novo. Um bocejo. É, o sono está chegando. Vou dormir. Quando acordar amanhã ou daqui a pouco estarei novamente aqui na poltrona. Nossa, acabo de sentir o cheiro do cabelo do Ethan, um shampoo tão cheiroso, mas não tenho lembrança da última vez que o vi. Ele está logo ali no seu quarto. Quanta saudade. Já esqueci como chegar ao quarto. É tão próximo da poltrona. Basta caminhar na cerâmica fria, acender a luz do corretor, entrar à direita e dar um beijo em Ethan e Chloe. Não sei porque sinto que tenho que deixar isso para daqui a pouco ou depois. Lá vem o sono. Basta pensar em levantar. Agora estou com um leve frio nos pés. Cubro com o lençol. Mais carros passam na rua. O vizinho espirra. A vizinha abre a porta. Deve ir à padaria. O mundo está começando. Eu, por outro lado, preciso descansar para voltar. Não sei bem ao certo para onde. Mas sinto que preciso voltar, pelos meus amores. Por Grace, Chloe e Ethan.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Em contagem regressiva #1

Olá.
 
Estou a pouco menos de 48 horas da colonoscopia (30/07/2015). Estou realmente ansioso. Posso estar em condições de fechar minha ostomia. Mas tenho que estar preparado para uma notícia não muito boa do tipo: "vamos aguardar mais um pouco" ou "ainda não temos uma recuperação suficiente".
Tenho me sentido muito bem. Entretanto, o lado de dentro é um mistério. Visualmente o meu intestino estava em um estado muito ruim. Estou com medo! Estou preparado! Meu objetivo é aquele: tenho que levar meu corpo ao limite do esforço na prova do ironman. Vou estar lá. Mais dia menos dia vou estar lá.
Ocorre que após um pouco mais de 8 meses de cirurgia, quero realmente estar em condições de reverter. Sabe, nesse processo tenho sentindo a água da piscina fluindo pelo meu corpo nos treinamentos, o doce descanso de uma descida no pedal ou na corrida. Até mesmo aquela sensação de cansaço após alguns tiros provocam a produção de endorfina no meu sangue e sinto uma incrível necessidade de voltar à atividade física. É impressionante a minha vontade. Sinto como se estivesse preso dentro do meu corpo. Em certos momentos perco a noção de tempo e espaço e fico sonhando com as possibilidades que um corpo saudável poderá me dar. Começo sempre pensando na família e nas chances que terei em passear sem preocupação com o que comer e se existe um bom hospital por perto. Quero viajar e enfrentar os outros problemas da vida com um sorriso no rosto. Quero, após 19 anos sentindo dores todos os dias, olha através da cortina e ver a beleza da vida. Beleza que sempre esteve aqui mas nunca pude realmente senti-la em razão do Crohn. Foi muita energia desperdiçada com bobagens. Irei viver de uma forma que nem lembro mais que seria possível. E é por essa visão que tudo verdadeiramente se tornou, isso mesmo, possível.
 


Eleva-te no azul! Corta-o, serena e forte...
Rasga o seio à amplidão! Embriaga-te no arrojo
do vôo triunfal! Deixa que estruja o Norte,
que o mar rebente em fúria e levante do bojo
as potências revéis e as ciladas da morte!
Atira-te no espaço!

E, se um dia, singrando os céus, vieres de rôjo,
rôtas as asas de aço,
ferido o coração, a alma descrente,
não te abata o cansaço,
do oceano, atro e fatal, não te sorva a torrente...
Grita, forceja, anseia e combate impoluta!
Morre a lutar!
Morre na luta!
Mas, antes de morrer, tenta ainda voar!

Plínio Salgado

(Transcrito da pág. 5 do "Poemario da Vida Heróica" – Rio de Janeiro – Livraria Clássica Brasileira – 1955 – 39 págs. Coleção "Águia Branca".)

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Dose de Adalimumabe e um motivador pensamento.


Bom dia, pessoal.

       



Hoje é dia de tomar o Humira (Adalimumabe). Estou na 16ª semana, muito bem adaptado ao remédio e aguardando a colono do dia 30.07.2015. As fotos do parque da cidade durante minha caminhada? Vou deixar para depois. A gripe é chata. Como tem feito frio nas manhãs de Brasília, com um vento noroeste que castiga, resolvi interromper o início da preparação. Uma pena. Mas é isso mesmo. Já, já estou pronto para retornar. Eu não desisto. Para hoje:


"Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas. Perdoe-as assim mesmo.
 
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta, interesseiro. Seja gentil, assim mesmo.
 
Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros. Vença assim mesmo.
 
Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo. Seja honesto assim mesmo.
 
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra. Construa assim mesmo.
 
Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir inveja. Seja feliz assim mesmo.
 
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo.
 
Veja que, no final das contas, é entre você e DEUS. Nunca foi entre você e as outras pessoas."
 
Madre Teresa de Calcutá.